Jerónimo de Sousa em Grândola

Um Partido Comunista<br>digno desse nome

Je­ró­nimo de Sousa es­teve no dia 7 em Grân­dola a par­ti­cipar num al­moço pro­mo­vido pela Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Li­toral Alen­te­jano do PCP.

A opção é entre ficar onde es­tamos ou andar para a frente

LUSA

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O Centro de Tra­balho de Grân­dola re­cebeu no sá­bado largas de­zenas de mi­li­tantes e sim­pa­ti­zantes do PCP dos cinco con­ce­lhos do Li­toral Alen­te­jano (Al­cácer do Sal, Grân­dola, San­tiago do Cacém, Sines e Ode­mira), que fi­zeram questão de marcar pre­sença no al­moço re­gi­onal com o Se­cre­tário-geral do Par­tido. Na sua in­ter­venção, Je­ró­nimo de Sousa co­meçou por re­cordar a re­a­li­zação, há pouco mais de um mês, do XX Con­gresso, que con­firmou e re­a­firmou o PCP como um «Par­tido Co­mu­nista digno desse nome».

No Con­gresso, onde se dis­cutiu o pre­sente e pre­parou o fu­turo, o co­lec­tivo par­ti­dário não se li­mitou a in­ter­pretar a re­a­li­dade do País e do mundo, pro­cu­rando so­bre­tudo tri­lhar os ca­mi­nhos con­du­centes à sua trans­for­mação, va­lo­rizou o di­ri­gente co­mu­nista. Para Je­ró­nimo de Sousa, o êxito do XX Con­gresso «não nos deixou con­tem­pla­tivos, mas con­fi­antes» para as exi­gentes e exal­tantes ba­ta­lhas que os co­mu­nistas têm pe­rante si.

O acerto da ori­en­tação po­lí­tica as­su­mida pela di­recção do Par­tido de con­tri­buir para a der­rota do PSD/​CDS e dar-lhe ex­pressão po­lí­tica e de apro­veitar essa opor­tu­ni­dade para repor, de­fender e con­quistar di­reitos e ren­di­mentos foi con­fir­mada pelo Con­gresso, re­alçou o Se­cre­tário-geral, enu­me­rando o que foi pos­sível con­quistar em pouco mais de um ano da so­lução po­lí­tica de­cor­rente das elei­ções de 4 de Ou­tubro de 2015. Apesar disso, re­alçou, as con­quistas, de sen­tido po­si­tivo, foram «in­su­fi­ci­entes e li­mi­tadas», pelo que «po­díamos e de­víamos ter ido mais longe».

Je­ró­nimo de Sousa re­feriu-se ainda à ne­ces­si­dade de em­pre­ender uma rup­tura com a sub­missão do País ao grande ca­pital e ao pro­cesso de in­te­gração ca­pi­ta­lista da União Eu­ro­peia, aos quais o PS e o seu Go­verno con­ti­nuam, por opção, amar­rados. Assim, para o PCP, o di­lema não é entre «o que está e voltar para trás», mas sim entre «ficar onde se está e andar para a frente». Mas para andar para a frente há que romper com os cons­tran­gi­mentos e afirmar a so­be­rania e a in­de­pen­dência na­ci­o­nais, con­di­ções in­dis­pen­sá­veis para levar por di­ante a al­ter­na­tiva de pro­gresso, jus­tiça so­cial e so­be­rania que o PCP propõe.

Ex­po­sição em San­tiago do Cacém

No mesmo dia, mas em San­tiago do Cacém, foi inau­gu­rada a ex­po­sição «Mais Di­reitos, Mais Fu­turo. Não à Pre­ca­ri­e­dade», que fi­cará pa­tente no Au­di­tório Mu­ni­cipal An­tónio Chaínho até ao pró­ximo dia 21. Esta ex­po­sição in­sere-se na cam­panha que o Par­tido tem em curso, com o mesmo nome, tendo a inau­gu­ração con­tado com a pre­sença de João Dias Co­elho, da Co­missão Po­lí­tica.

No es­sen­cial, a mostra pa­tente em San­tiago do Cacém é aquela que es­teve ex­posta na Festa do Avante!, mas contém um es­paço pró­prio sobre a pre­ca­ri­e­dade no Li­toral Alen­te­jano. Nesse texto, re­alça-se que «baixos sa­lá­rios, de­sem­prego, emi­gração for­çada, des­re­gu­lação dos ho­rá­rios, re­ti­rada de di­reitos são re­a­li­dades que marcam a vida de mi­lhares de tra­ba­lha­dores» da re­gião. No com­plexo in­dus­trial-por­tuário de Sines, por exemplo, onde estão ins­ta­ladas vá­rias grandes em­presas – como a PSA, a Galp Energia, a Repsol e a EDP, que apre­sentam ele­vados lu­cros ano após ano –, im­pera a pre­ca­ri­e­dade, e com ela os baixos sa­lá­rios e os des­pe­di­mentos. Também na Ad­mi­nis­tração Pú­blica, no sector do co­mércio e na agri­cul­tura há si­tu­a­ções graves de pre­ca­ri­e­dade, de­nuncia o PCP.

Como é apa­nágio dos co­mu­nistas, a aná­lise da si­tu­ação é sempre vista como um ponto de par­tida para a trans­for­mação da re­a­li­dade, que se en­contra em cons­tante mu­tação. A luta dos tra­ba­lha­dores é o ca­minho certo para a con­cre­tizar e há muito que se faz sentir, como se lê nesse texto da ex­po­sição: «Os tra­ba­lha­dores, de todos os sec­tores pú­blico ou pri­vado, têm re­sis­tido e lu­tado, como acon­teceu nas au­tar­quias, na Pe­trogal, na EDP, no HLA, na EFATM, na CMN, na AC Ser­vices, na PSA, na Eu­ro­re­sinas, na HRQ, entre ou­tras, por au­mentos sa­la­riais, pro­gressão nas car­reiras, contra dis­cri­mi­na­ções sa­la­riais, pelo justo pa­ga­mento das horas su­ple­men­tares, pelo em­prego com di­reitos, em de­fesa da con­tra­tação co­lec­tiva, e dos di­reitos con­quis­tados e con­sa­grados.»



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